Um Hackathon para a economia social | Inovação

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Um Hackathon para a economia social

27/04/2021 | Silvia Triboni

Inês Sequeira e a Cas do Impacto Foto: SCML Inês Sequeira e a Cas do Impacto Foto: SCML

Uma vez integrante da comunidade europeia, e moradora de Lisboa, lancei-me na minha candidatura para fazer parte de equipa e responder às questões lançadas nesta grande competição.

E não é que esta maturi foi selecionada para o desafioA sustentabilidade da Economia Social – busca de redes alternativas de financiamento de longo prazo que acrescentem valor social, ambiental e econômico ao setor.”!

Veja só!

 

Santa Casa de Misericórdia de Lisboa – uma instituição de 522 anos

Para começo de conversa, a entidade promotora do grandioso evento tem só 522 anos de idade.

A Santa Casa de Misericórdia de Lisboa – SCML, foi fundada em 1498 pela Rainha D. Leonor, e desde então tem uma trajetória de caridade e trabalho social primordialmente aos menos favorecidos.

Com mais de 500 anos de história, a instituição é a mais importante entidade social do país, respeitada nacional e internacionalmente, por sua dedicada atuação junto da comunidade, na defesa de valores sociais, e na construção e defesa de boas causas.

Alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030 e dando voz à Era da Inovação Social, por meio do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social, a SCML dedica-se ao desenvolvimento de iniciativas, programas e projetos que procuram explorar diferentes vertentes do empreendedorismo e da inovação social, inclusive os relacionados ao envelhecimento.

Umas das ações desta secular instituição é o Hackathon 100% Colaborativo.

Hackathon focado na Economia Social de Portugal

A fim de enfatizar o seu papel de inovação, e apostando na diversidade dos participantes, a SCML lançou este Hackathon 100% Colaborativo que propiciou a todos momentos de ensino e mentoria orientados para a produção de novas ideias e soluções às questões sociais.

Segundo Inês Sequeira, estas iniciativas “beneficiam todo o setor da Economia Social, na construção de soluções para os desafios do amanhã que serão importantes para o futuro de todos”.

Empreendedorismo e Economia Social : A Casa do Impacto

Inês Sequeira, diretora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa afirma que “esta é uma iniciativa aberta que promove a participação e a responsabilização dos colaboradores nos processos de governação e decisão”, e ressalta a intenção desta competição de  “chegar a um público mais vasto, envolvendo todos os players da Economia Social”.

Inês Sequeira foi minha entrevistada na Web Summit 2019, quando discorreu sobre a missão e ações da Casa do Impacto.

Criada em 2018, a Casa do Impacto é o polo de empreendedorismo e inovação social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, “que tem como objetivo assegurar todas as condições para o desenvolvimento de modelos de negócio inovadores, com impacto social e ambiental positivo e em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas.”

Por ocasião da Web Summit 2020 entrevistei a fundadora da 55+, start up incubada na Casa do Impacto, que conecta pessoas 55+ a oportunidades de trabalho. Veja o vídeo!

Eixos de Melhorias na economia social

Nesta iniciativa, a SCML quer capacitar para inovar em conjunto, e, consequentemente, “Desenhar o Futuro da Economia Social” no país, pois acredita na participação e responsabilização de todos nos processos de governação e decisão.

A proposta é uma reflexão e discussão sobre o futuro da Economia Social, e, para tanto quatro desafios temáticos foram lançados:

- O digital na Economia Social – o papel da transição digital na redução das desigualdades e na promoção da inclusão social;

- O futuro do trabalho no setor da Economia Social – recrutamento e retenção de quadros para a renovação do setor e intervenção dos mesmos no seu desenvolvimento;

- A sustentabilidade da Economia Social – busca de redes alternativas de financiamento de longo prazo que acrescentem valor social, ambiental e econômico ao setor;

- A avaliação de impacto na Economia Social – escalabilidade do efeito positivo do setor e medição do impacto social da mudança provocada.

Realizado integralmente online no período de 30 de Março a 26 de Abril de 2021, as equipas participantes foram organizadas segundo uma ótica de diversidade dos participantes, as quais puderam ampliar os seus conhecimentos tanto na fase pré-evento como ao longo do mesmo.

Talks, tutoriais, webinars, toolkits e mentorias aprofundadas foram oferecidas a todos, com o objetivo do alcance de novas ideias, soluções, e ações preventivas para a melhoria e o crescimento das entidades da economia social do país.

Por meio da plataforma digital TAIKAI, os concorrentes puderam ingressar seus projetos, gerenciar as suas agendas de compromissos de capacitação, além de resgatar os materiais de apoio (aulas, apresentações, vídeos) que estiveram disponíveis a todos.

Na página do projeto na plataforma TAIKAI, há todos os detalhes e regras da competição.

 

Economia social: Resultados com impacto

No dia 26 de abril serão conhecidos os grandes vencedores, após um pitch final dos projetos.

As ideias vitoriosas, em cada uma das áreas a concurso, terão direito a um prêmio monetário no valor de 3.750 euros.

Foi emocionante ter sido selecionada para integrar equipa neste Hackathon para oferecer resposta ao desafio relacionado à sustentabilidade das entidades da economia social.

Confirmadamente, esta foi uma das experiências mais significativas em minha vida, uma vez que me enriqueceu brutalmente em conhecimento e conexão a Portugal. Tanto quanto à oportunidade de aprendizado, quanto à chance de conhecer e poder trabalhar com pessoas altamente capacitadas e conectadas à realidade do terceiro setor do país.

Poder oferecer, em conjunto, uma alternativa para a solução do desafio A sustentabilidade da Economia Social – busca de redes alternativas de financiamento de longo prazo que acrescentem valor social, ambiental e econômico ao setor.” fez-me sentir honrada e feliz por ter sido incluída no processo de ideação de respostas aos problemas sociais Portugueses.

É sempre emocionante constatar, na pele, o respeito à diversidade e inclusão em processos competitivos e decisórios de importância para a sociedade.

De extrema relevância, o desafio da sustentabilidade das iniciativas da economia social alcança uma problemática real, uma vez que por meio de fatos e dados verifica-se a existência de uma lacuna entre a necessidade e a capacidade das instituições do terceiro setor de se candidatarem à obtenção de investimentos.

As respostas ao desafio da sustentabilidade servirão para melhor desenvolver as organizações da Economia Social Portuguesa,

Sou grata à Santa Casa de Misericórdia de Lisboa pelo Hackathon 100% Colaborativo, seus professores, mentores e profissionais que nos orientaram em todas as nossas necessidades.

Sou grata à minha equipe composta por Ana Avillez e Diana Duarte pelo acolhimento, pela gentileza das explicações sobre aquilo que desconhecia, e pela alegria de nossos encontros.

No dia 26 de abril saberemos sobre as equipes vencedoras.

Depois contarei se minha equipe foi uma delas. Torça por nós!

Ah! O que é mesmo um Hackathon?

Se chegou até aqui e ainda não sabe o que é um Hackathon, veja uma boa definição que encontrei:

HACKATHON - O termo hackathon vem da junção de duas palavras da língua inglesa: hack, que quer dizer programar com excelência, e marathon, maratona. A maratona de programação, então, reúne hackers por muito tempo, com o objetivo de desenvolver soluções que causem impactos tanto internos quanto externos.

Mas não somente projetos específicos da área da programação fazem parte de um hackathon. Como a maratona foi se popularizando e mostrando ótimos resultados, outras áreas adotaram a prática para trazer melhorias de forma diferente e eficiente.

Fonte: http://www.inovacao.usp.br/o-que-significa-hackathon/