6 Importantes factos científicos acerca da leitura | Cultura e Lazer

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6 Importantes factos científicos acerca da leitura

06/10/2020 | Sofia Alçada

Importância da leitura - Foto: Unsplash Importância da leitura - Foto: Unsplash

Já sabemos que ler é importante. Lemos todos os dias, no telemóvel, no tablet, no computador, na televisão. Mas há quanto tempo não lê um bom livro? Daqueles que nos prende à história e que nos rouba horas de sono?

Vamos dar-lhe algumas razões científicas para o fazer, e de forma continuada:

1 – Sabia que o cérebro de quem lê regularmente, é diferente:

O cérebro de quem sabe ler comparado com quem não adquiriu essa competência (analfabetos) é diferente.

Segundo alguns cientistas,

  • aprender a ler molda poderosamente os sistemas neuropsicológicos do adulto - Feggy Ostrosky-Solis, psicólogo mexicano.
  • Quando estamos a ler, triplicamos o uso dos sistemas de planeamento, análise de sons e significados. Quanto mais lemos, mais a leitura se torna automática, libertando espaço cognitivo para análises intelectuais mais profundas. Ao ler mais, a nossa mente descodifica as letras e palavras com maior rapidez. –Maryanne Wolf,

2 – A mente de quem não lê é menos focada:

A concentração é uma das habilidades que é treinada durante a leitura.

A nossa mente, desde os primórdios da humanidade e por motivos de sobrevivência, foi projetada para prestar atenção a qualquer estímulo externo a todo momento, para permitir a defesa dos ataques dos predadores.

Como consequência, e por natureza, a nossa mente não foi feita para estar focada. Assim, uma das vantagens da leitura é o treinar esse foco, permitido um maior controlo cognitivo.

3 – O leitor absorve as experiências do livro, identificando-se com a história:

As sensações, emoções, sentimentos, experiências e ideias retratadas na história são muitas vezes assimiladas pelo cérebro do leitor.

Um leitor vive assim várias vidas em uma só, obtendo uma grande base de dados de fatores:

  • emocionais,
  • intelectuais,
  • cognitivos.

Uma pesquisa publicada na Psychological Science descobriu que os leitores integravam mentalmente as histórias que iam lendo, identificando-as com experiencias já vividas no passado.

O curioso foi perceber que as regiões cerebrais que eram ativadas com esse processo de identificação eram as mesmas das estimuladas quando se observavam ou se viviam situações na vida real.

 

4 – A leitura estimula o pensamento crítico:

Segundo J.Z. Young, na idade média, fazer afirmações verdadeiras dependia do impacto que o discurso causasse, criando uma experiência sensorial baseada nos símbolos da religião. Facto que se alterou com o aparecimento dos livros.

Nessa altura, as pessoas começaram:

  • comparar argumentos, 
  • analisar melhor as observações de cada um e
  • ter mais precisão no processamento das informações.

Assim tornou-se possível comparar a experiência individual com a experiência dos outros, recriando a mente e aquilo que era a noção da verdade.

A ascensão do método científico e de uma nova forma de compreender e interpretar a existência só foi possível com a invenção e expansão dos livros.

5 – Leitura é autoconhecimento:

Quando lemos, muitas vezes nos identificamos com um personagem (o nome científico desse estado nos estudos é Experience Taking). Ao fazermos isso, estamos de alguma forma a aprender um pouco mais sobre nós próprios.

Identificamos as coisas que temos em comum, e as que nunca faríamos.

Prestamos atenção aos detalhes, as motivações, as emoções e as personalidades dos personagens.

Estamos assim num processo de reafirmação do nosso senso de identidade e muitas vezes estamos a reconstruí-la, baseado naquilo que é personagem da história com o qual nos identificamos.

– Ler aumenta o vocabulário logo, a nossa consciência:

Se ao pensarmos, usamos palavras, quanto mais palavras soubermos, melhor pensaremos.

Um facto interessante é que antes do aparecimento dos livros, estimava-se que a língua inglesa tinha alguns milhares de termos. Após invenção de Gutemberg passamos a ter mais de um milhão de termos.

As palavras surgem para explicar:

  • novas sensações,
  • novos conceitos,
  • abstrações.

A consciência do leitor aumenta na mesma proporção que aumentam as palavras que aprende e que as incorpora no seu léxico.

Assim, com a idade o meu nível de consciência aumenta, a medida que vou aprendendo outras palavras que me permitem dar outro sentido ao mundo e perceber o meu próprio corpo e mente.

 

Adaptado de: Jean Alessandro 

Referencias do autor:

  1. http://* Nicolas Carr - *Geração superficial: o que a internet está fazendo com nossos cérebro*
  2. http://* Kaufman, G. F., & Libby, L. K. (2012, March 26). Changing Beliefs and Behavior Through
  3. http://* Experience-Taking. Journal of Personality and Social Psychology. Advance online publication. doi: 10.1037/a0027525
  4. http://* Reading Literature Makes Us Smarter and Nicer (http://ideas.time.com/2013/06/03/why-we-should-read-literature/)