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Já sabemos que ler é importante. Lemos todos os dias, no telemóvel, no tablet, no computador, na televisão. Mas há quanto tempo não lê um bom livro? Daqueles que nos prende à história e que nos rouba horas de sono?
Vamos dar-lhe algumas razões científicas para o fazer, e de forma continuada:
O cérebro de quem sabe ler comparado com quem não adquiriu essa competência (analfabetos) é diferente.
Segundo alguns cientistas,
A concentração é uma das habilidades que é treinada durante a leitura.
A nossa mente, desde os primórdios da humanidade e por motivos de sobrevivência, foi projetada para prestar atenção a qualquer estímulo externo a todo momento, para permitir a defesa dos ataques dos predadores.
Como consequência, e por natureza, a nossa mente não foi feita para estar focada. Assim, uma das vantagens da leitura é o treinar esse foco, permitido um maior controlo cognitivo.
As sensações, emoções, sentimentos, experiências e ideias retratadas na história são muitas vezes assimiladas pelo cérebro do leitor.
Um leitor vive assim várias vidas em uma só, obtendo uma grande base de dados de fatores:
Uma pesquisa publicada na Psychological Science descobriu que os leitores integravam mentalmente as histórias que iam lendo, identificando-as com experiencias já vividas no passado.
O curioso foi perceber que as regiões cerebrais que eram ativadas com esse processo de identificação eram as mesmas das estimuladas quando se observavam ou se viviam situações na vida real.
Segundo J.Z. Young, na idade média, fazer afirmações verdadeiras dependia do impacto que o discurso causasse, criando uma experiência sensorial baseada nos símbolos da religião. Facto que se alterou com o aparecimento dos livros.
Nessa altura, as pessoas começaram:
Assim tornou-se possível comparar a experiência individual com a experiência dos outros, recriando a mente e aquilo que era a noção da verdade.
A ascensão do método científico e de uma nova forma de compreender e interpretar a existência só foi possível com a invenção e expansão dos livros.
Quando lemos, muitas vezes nos identificamos com um personagem (o nome científico desse estado nos estudos é Experience Taking). Ao fazermos isso, estamos de alguma forma a aprender um pouco mais sobre nós próprios.
Identificamos as coisas que temos em comum, e as que nunca faríamos.
Prestamos atenção aos detalhes, as motivações, as emoções e as personalidades dos personagens.
Estamos assim num processo de reafirmação do nosso senso de identidade e muitas vezes estamos a reconstruí-la, baseado naquilo que é personagem da história com o qual nos identificamos.
Se ao pensarmos, usamos palavras, quanto mais palavras soubermos, melhor pensaremos.
Um facto interessante é que antes do aparecimento dos livros, estimava-se que a língua inglesa tinha alguns milhares de termos. Após invenção de Gutemberg passamos a ter mais de um milhão de termos.
As palavras surgem para explicar:
A consciência do leitor aumenta na mesma proporção que aumentam as palavras que aprende e que as incorpora no seu léxico.
Assim, com a idade o meu nível de consciência aumenta, a medida que vou aprendendo outras palavras que me permitem dar outro sentido ao mundo e perceber o meu próprio corpo e mente.
Adaptado de: Jean Alessandro
Referencias do autor: