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A vivência da nossa casa, a forma como habitamos, a utilização que damos aos espaços, altera-se consoante as necessidades sentidas em cada fase da nossa vida.
Cada vez mais a conceção dos espaços de habitação é pensada de maneira que os mesmos sejam flexíveis e facilmente transformáveis A compartimentação das casas deixou de ser considerada imutável, adotando-se soluções que permitem a transformação do interior das habitações sem acarretar a execução de obras muito onerosas.
Os espaços são reinterpretados com recurso a soluções e materiais inovadores.
Quando há alterações das condições de como podemos viver no espaço onde habitamos, consequência do nosso envelhecimento ou de restrições de mobilidade física, essa situação já não implica redução de qualidade de vida ou até mesmo abandono de residência.
Os espaços são reformulados, adaptados, por forma a garantir condições de mobilidade e segurança:
- Removem-se paredes, portas, mobiliário,
- Substitui-se a banheira por base de duche,
- Instalam-se apoios, rampas, pavimentos antiderrapantes.
No entanto, o maior impedimento à adaptação das casas prende-se com:
- a dimensão dos compartimentos
- disposição dos elementos estruturais,
condição criada no momento da sua conceção, em projeto.
Em virtude desta realidade, a legislação aplicável às construções, foi alterada em 2006, implementando-se a obrigatoriedade de cumprimento de normas técnicas de acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada em todas as construções, incluindo as habitações, pretendendo-se acautelar a adaptabilidade das nossas casas, às diferentes necessidades sentidas no decorrer da vida.
- Foram fixadas medidas mínimas para portas, corredores, espaços de manobra, acessos verticais.
A observância destas normas técnicas foi implementada gradualmente ao longo de vários anos, permitindo a projetistas e cidadãos assimilarem a necessidade do seu cumprimento, tendo-se como objetivo um parque habitacional concebido para ser resiliente.
Porém a maioria habitações existentes foi edificada à margem das novas regras e a ausência de alguns centímetros em certos espaços frequentemente corresponde à impossibilidade de adaptação da nossa casa.
Os recentes incentivos às atuações de reabilitação urbana excecionaram o cumprimento das normas técnicas de acessibilidade, em razão da impossibilidade das casas antigas observarem todas as normas.
Considerando que a maioria da população atinge a faixa etária dos 50+, renovar habitações, localizadas em zonas centrais, vocacionadas para jovens não faz sentido.
O surgimento no mercado de soluções de mobilidade vertical inovadoras, adaptadas às restrições das antigas construções, e a crescente oferta de novas tecnologias para o interior das casas facilita a sua vivência.
Assim, mesmo quando não se consegue cumprir todas as normas de mobilidade, a reabilitação do edificado deverá primar por melhorar onde se pode.
A existência de áreas habitacionais intergeracionais é inclusiva, cria estruturas de apoio e amplos benefícios sociais. Ter habitações com capacidade de adaptação é garantia de que poderemos desfrutar da nossa casa por um longo período de tempo, com qualidade de vida.