Arte urbana no combate aos estereótipos

Luísa Cortesão é uma maquilhadora de 65 anos que foi introduzida ao LATA 65 pela sua filha. Luísa já se interessava por arte urbana há algum tempo.  Então, quando a filha descobriu um workshop de arte urbana especificamente para pessoas mais velhas, Luisa ficou ansiosa para se inscrever.

Não só era uma forma de aprender uma nova técnica de arte. Era uma oportunidade de combater os estereótipos da idade ao explorar uma forma de arte que está associada a uma geração mais nova. LATA 65 trabalha para combater desses estereótipos.

Segundo Luísa,“lata” é uma referência às latas usadas para fazer grafitis e “65” refere-se à idade média das pessoas que fazem parte do programa. Isto quer dizer que também têm a “lata” de pegar numa lata de tinta e inserir uma mensagem numa parede pertencente a um espaço público.

“Eu já vi muitas pessoas nestas aulas, com a minha idade ou, até mesmo, mais velhas. Quando elas começam a pintar, as caras iluminam-se.”

O grupo de Luísa, “The Graffiti Mothers” (traduzido em português “As Mães do Grafíti”),  um grupo de “mulheres indelicadas”, exibem a sua arte pelas ruas de Lisboa.

A Luísa partilha as lições que aprendeu com as pessoas que a rodeiam.

“Eu ensino aos meus netos que a única forma de aprender é praticando. Não deixem ninguém dizer-vos que não podem fazer algo por causa da vossa idade, ou que vos façam sentir inferiores por serem velhos.

Pelo contrário! Todos valem mais do que aquilo que pensam.”

O Conceito:

LATA 65 é uma Oficina de Arte Urbana para mais velhos. Com base num grupo de idosos jovens de espírito, ensina-os uma nova habilidade: grafite.

Com a ajuda de artistas urbanos, os participantes aprendem a história e o artesanato do grafite, incluindo termos técnicos e técnicas.

O grupo então segue para as ruas para encontrar a parede perfeita para exibir as suas novas habilidades e ideias.

Pode ver aqui um video 

O Resultado:

A LATA 65 já cumpriu 46 sessões por Portugal, por Espanha (Valência), pelo Brasil (São Paulo), pelos Estados-Unidos (Houston) e pelo Reino Unido (Escócia e Aberdeen) desde 2012.

Cerca de 560 alunos participaram nos workshops, tendo como artista mais velho, um senhor com 102 anos.

A fundadora Lara Seixo Rodrigues refere:

“O entusiasmo demonstrado pelos novos artistas tem sido de cortar a respiração. Nós continuamos a observar que este projeto convida os seus participantes a envolverem-se ativamente da cabeça aos pés, despertando neles um espírito criativo que tinha sido esquecido, e oferecendo-lhes um sentimento de pura diversão. Algo essencial em todas as idades.”

Para apoiar esta iniciativa, pode comprar uma LATA 65. O rendimento destas vendas financia os workshops e permite a grupos como “The Graffiti Mothers” superar os estereótipos impostos pela idade.

Visite o site www.mistakermaker.org/shop

Fonte: Aging 2.0 - Apresentada pela Embaixadora do Aging 2.0 Lisboa, Ana João Sepulveda.