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Desde pequena que sempre gostei de histórias. Encantava-me ouvir as histórias da Anita e as da Rapunzel com os seus longos cabelos. Perdia-me nas horas a ler as aventuras do “Clube dos 5”, escritas por Eric Blynton, e a viajar pelos mais belos contos de Andersen que, cedo, fizeram parte dos meus livros de eleição.
Li e reli inúmeras vezes a história da princesa e da ervilha que me serviu de inspiração para esta jornada que é a vida. Aquele detalhe da ervilha, a importância dos detalhes…
Fui tia muito cedo e por isso, ainda adolescente, lembro-me de ouvir o meu pai, um contador de histórias nato, no quarto ao lado, a inventar histórias para os netos sobre o coelhinho cinzento e o burro castanho. E eu, ficava totalmente vidrada e encantada com a capacidade que ele tinha de improvisar, criar e cativar quem o ouvisse. Atualmente, os bisnetos ainda ouvem as histórias do coelhinho cinzento e do burro castanho. Quase como uma tradição!
Mas as histórias que queremos transmitir aos mais novos, independentemente da idade, não estão necessariamente nos livros, na ficção ou na nossa imaginação.
Há experiências de vida que, ao ouvi-las, são narrativas autênticas, enriquecedoras, cujos protagonistas são pessoas bem reais. E mais ainda, mesmo que sejam ficcionadas, são muitas vezes baseadas em experiências reais, até por vezes, abordando temas bastante sérios e fraturantes.
E é por isso que podemos aprender tanto com elas! Basta escutar.
Há já mais de 20 anos, foi criado um projeto muito interessante na Dinamarca, “The Human Library” (Biblioteca Humana). Trata-se de um movimento cujo conceito é simples: estereótipos podem ser desafiados ao ouvir histórias de pessoas reais. O seu slogan é "não julgar alguém".
Esta organização sem fins lucrativos, The Human Library, organiza eventos onde os “leitores” podem pedir emprestadas pessoas que são autênticos livros abertos, às quais podem:
Em Portugal existe igualmente este projeto que já levou à descoberta de pessoas com histórias incríveis.
Talvez seja por isso que tenho paixão por pessoas com uma longevidade longa, porque conseguem transportar-nos através da sua vasta experiência de vida para histórias fantásticas e únicas e transmitir-nos mensagens enriquecedoras.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) existem quatro pilares base para que seja possível um envelhecimento ativo:
Mas não nos enganemos. Esta integração começa nos nossos primeiros anos e essa pertença que buscamos terá que ser acarinhada desde cedo.
Não é algo que acontece apenas a partir dos 55 ou 65 anos. A longevidade começa quando nascemos. E assim, à semelhança deste grupo que pratica um envelhecimento ativo, também cedo devemos desenvolver e acarinhar a participação dos indivíduos na nossa sociedade e contribuir para as suas histórias.
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