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O idadismo vem do inglês "ageism" e significa discriminação pela idade, não sendo mais do que uma forma de preconceito contra os mais velhos e contra o envelhecimento.
O idadismo pode ter assim três dimensões:
- o estereótipo, que é como vemos os mais velhos;
- o preconceito, que é o que sentimos em relação as pessoas mais velhas;
- a discriminação, que é como agimos relativamente a quem é mais velho.
Dr. Robert Butler, gerontólogo, deu assim o nome de "ageism" na década de 1960. Mas o mais curioso é que a pesquisa indica que são as pessoas de meia idade que mais discriminam.
Pesquisas publicadas na revista International Psychogeriatrics revelam que as pessoas de meia-idade tendem a ver o envelhecimento como algo próximo e que não querem lá chegar, mantendo assim a sua própria imagem de mais “novos”, denunciando aqueles que são mais velhos. Outra conclusão a que chegaram algumas pesquisas, ainda dentro da mesma linha, é que as pessoas desta faixa etária também acham que a “velhice” chega muito mais tarde do que as pessoas mais jovens.
O Dr. Todd Nelson, da Universidade da Califórnia, afirma que nas sociedades mais antigas, os mais velhos eram consideradas pessoas sábias sendo os guardiões do conhecimento e da memória colectiva. Mas existem na verdade pelo menos dois factos históricos que fizeram mudar a ideia que se tinha destes sábios anciões, diminuindo o status que tinham na sociedade.
Consciente da importância de combate ao idadismo, a Organização Mundial da Saúde incluiu o tema nos seus objetivos. De acordo com o relatório World Values Survey, realizado a mais de 83.000 pessoas em 57 países, sobre as atitudes em relação as pessoas mais velhas, 60% dos entrevistados referem que os mais velhos não recebem o respeito que devem e que merecem. Problema que é agravado em países com alto padrão de vida, onde o grau de respeito por essa faixa etária parece ser ainda menor.
O idadismo tem consequências negativas para a saúde das pessoas, que muitas vezes veem o envelhecimento e a si mesmas, como um fardo para os outros, tornando-os portanto, mais isolados e propensos a depressão pela ausência de utilidade e de propósito de vida.
"O envelhecimento da sociedade pode ser positivo se mantivermos uma melhor saúde com a idade. Mas, para isso, devemos livrar-nos dos preconceitos contra os mais velhos. O idadismo pode assumir várias formas. Percebemos isso nos meios de comunicação, quando apresentam os mais velhos como frágeis, dependentes e longe da realidade; em algumas práticas discriminatórias, como a limitação dos serviços de saúde prestados e nas políticas institucionais, como a reforma obrigatória a uma determinada idade " refere Alana Officer, coordenadora do Departamento de Envelhecimento e Ciclo de Vida da OMS.
Resolver esta questão do Idadismo, depende de cada um de nós. Dos nossos esforços individuais e coletivos, para ajudar a reconstruir a imagem dos mais velhos como aquilo que efetivamente são: Pessoas de valor, com experiencia e conhecimento acumulado pelos anos de sucessos e fracassos, com capacidade de ensinar e ainda de aprender e sobretudo com a disponibilidade para serem uteis e sociais, quando realmente integrados na sociedade. Afinal, há que reconhecer que os mais velhos não são diferentes do resto dos outros. São apenas “jovens que cresceram”.
Assim precisamos de dar mais oportunidades aos mais velhos, com um meio ambiente que deverá ser “age-friendly” que permita uma maior integração das pessoas a medida que envelhecem, tornando-os mais envolvidos socialmente e mais independentes.