Introduza o seu e-mail
«Estamos a viver cada vez mais tempo e esta tomada de consciência para a longevidade tem vindo a despertar interesse em áreas diversas. E é isto que dá origem a esta nova área da economia que é a economia da longevidade», explicou Ana Sepulveda, CEO da 40+Lab, que falava durante a 14ª sessão do Simpósio InterAções. «Quando falamos de economia da longevidade referimo-nos à economia gerada diretamente pelo trabalho das pessoas 40+ bem como fruto do consumo e compras destas mesmas pessoas»
A longevidade «é um fenómeno mundial» e aquilo a que assistimos já hoje é ao posicionamento de alguns dos mais desenvolvidos na primeira linha da economia da longevidade. «A nível mundial aquilo a que assistimos é que as economias que se querem mais competitivas já têm a longevidade e o envelhecimento como pilares do desenvolvimento económico», referiu Ana Sepulveda dando o exemplo da Suíça empenhada em ser o «longevity valley mundial». Com efeito, a Suíça está desde há vários anos a esta parte totalmente centrada na longevidade como motor de crescimento. Mas não segue sozinha nesta corrida, veja-se o caso do Japão que adotou o lema «uma sociedade para centenários» e tem feito uma enorme aposta na inovação com foco na longevidade. Países como a Holanda, a Finlândia e o Reino Unido têm-se posicionam-se como uma referência para modelos de ‘senior living’ e com a criação de bairros ‘longevity friendly.
«Ainda olhamos para o envelhecimento como um problema», reconheceu Ana Sepulveda admitindo que nos falta «uma estratégia para a economia da longevidade», não obstante o enorme potencial que o nosso país encerra em si.
Portugal e o mundo ainda atravessam uma fase em que «faltam estudos em profundidade sobre aquilo que são as necessidades e motivações de consumo» das pessoas com 40+ anos. «Tão pouco a oferta está plenamente desenvolvida». Ou seja, «esta década que nós estamos a viver, é a década da inovação e da aceleração desta economia da longevidade».
Num esforço de tentar representar o volume financeiro que está envolvido, quando falamos em economia da longevidade, poderíamos dizer que «se fosse um país a economia da longevidade seria a terceira maior economia do mundo», afirmou Ana Sepulveda.
Portugal ainda não tem quantificado quanto é que vale esta área da economia, mas seguindo o exemplo dos EUA, a Associação Norte-Americana de Reformados estima um volume de 8,3 triliões de dólares, em 2018, e um potencial de 28.2 triliões de dólares, em 2050.
Ana Sepúlveda; Filipe Almeida, da Portugal Inovação Social; Mónica Sousa, do Projeto VirtuALL; António Lindo da Cunha, do Laboratory of Automatic and Systems; Anne-Sophie Parent, do European Covenant on Demographic Change; Inês Sequeira, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, foram as oradoras convidadas da sessão ‘Consumo e novas oportunidades na Economia Grisalha’, moderada por Mário Rui André, Diretor da Unidade de Missão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Uma sessão integrada na 3ª Edição do Simpósio Interações – Uma Sociedade para Todas as Idades, organizado pela Unidade de Missão ‘Lisboa Cidade de Todas as Idades’ da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Esta foi a 14ª sessão de um conjunto de 16 sessões, todas com transmissão online e gratuitas, sempre às quartas-feiras, com início às 14h30.
Saiba mais AQUI sobre esta iniciativa. E não deixe de ver ou rever a sessão completa no canal do Youtube da SCML.