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O tema do envelhecimento é, nos dias de hoje, objeto de investigação nas várias áreas da ciência. Se por um lado é um motivo de preocupação, por outro acaba por trazer desafios positivos à sociedade, fazendo-nos repensar na solução de determinados problemas da população de mais idade.
Dados recentes do INE mostram que no horizonte temporal de 2010 a 2050, o total de pessoas com mais de 60 anos irá aumentar mais de 40%, ultrapassando assim os três milhões. Já a população com mais de 75 anos sofrerá um acréscimo que rondará os 80%.
A expressão “envelhecimento em casa” (aging in place) tem cada vez mais importância. Esta expressão focaliza a discussão na compreensão das mudanças que ocorrem no envelhecimento e no seu ambiente envolvente, elegendo a manutenção da pessoa no seu meio natural como meio preferencial de vida. Alguns estudos revelam que, com o avançar da idade, é cada vez maior a fidelidade ao conceito e o interesse da pessoa em permanecer na habitação atual. Isto reafirma o relevante papel na manutenção da independência funcional e da atividade social, sendo este o cenário elegido para a prestação de serviços médicos de apoio.
Vantagens e desvantagens emergem do facto de as pessoas envelhecerem em casa e menos em instituições.
Menos tempos de espera e menor adversidade na transição das tarefas são exemplos de vantagens. Há, no entanto, necessidade de novas formas de comunicação e informação entre doentes e profissionais de saúde, no sentido de evitar erros que podem surgir neste contexto. Para a sua prevenção, terá de haver ajustamentos nas habitações que possam minimizar tudo isso, como por exemplo, cada casa ter um tablet num lugar fixo, onde a pessoa com idade avançada poderá inserir a informação e a mesma ser transmitida eletronicamente para os profissionais de saúde ou para o centro de saúde da área de residência.
Será ainda necessário serem desenvolvidos modelos integrados de intervenção no terreno que facilitem o envelhecimento no domicílio. Importará dar resposta a determinadas dificuldades nomeadamente: saber como colmatar a elevada percentagem de pessoas dos escalões etários superiores em condições de habitações precárias (um obstáculo à sua independência e autonomia); e perceber como se poderá garantir a continuidade da pessoa no seu domicílio em situações dependência física (ou como se pode aprender com os benchmarks europeus).
Para responder a este desafio é necessário que exista uma agenda conjunta por parte dos agentes nacionais e locais.