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Para de combater a “pandemia do medo”, onde nos é dado em tempo real tudo o que se vai passando a volta do covd-19, e apesar de sabermos que é necessário informar o que vai acontecendo, também precisamos de boas notícias. Aqui vão algumas:
Os primeiros casos de coronavírus na China foram anunciados a 31 de dezembro do passado ano e a 7 de janeiro o vírus já estava identificado e o genoma disponível no dia 10.
Sabemos que o coronavírus é do grupo 2B, da mesma família que a SARS, daí se chamar de SARSCoV2 e o nome dado à doença, covid-19.
Está relacionado com o coronavírus dos morcegos. As análises genéticas confirmam que tem uma origem natural recente e que a frequência de mutação não é muito alta.
Como sabemos existem varias doenças como a SARS ou a SIDA entre outras que demoraram bastante mais tempo a serem identificadas.
Está disponível para todo o mundo um teste de RT-PCR para detectar o vírus, desde meados de Janeiro, tendo este vindo a ser aperfeiçoado.
As fores medidas impostas localmente na China tem sido eficazes o controle do surto, havendo uma diminuição gradual dos casos.
A doença não causa sintomas ou é leve em 81% dos casos.
Mas em cerca de 14% pode causar pneumonia grave e em 5% pode efetivamente ser crítica ou mortal.
A maioria das pessoas infetadas estão a ser curadas. Há 13 vezes mais pacientes curados do que mortos, e a boa notícia é que a proporção está a aumentar.
Apenas 3% dos casos ocorrem em menores de 20 anos e a mortalidade em menores de 40 anos é de apenas 0,2%. Nas crianças, os sintomas são tão leves que podem passar despercebidos.
A maneira mais eficaz de evitar o contágio é através da lavagem frequente das mãos com água e sabão, podendo ser usadas em caso de ausência de água e sabão, álcool 62-71%, água oxigenada a 0,5% ou hipoclorito de sódio (lixívia a 0,1%).
Assistimos a um tempo de cooperação. Todos os artigos publicados acerca do tema do Coronavirus são abertos para permitir o acesso da informação a todos. Em pouco mais de um mês, são mais de 164 artigos que já podem ser consultados no PubMed sobre covid-19 ou SARSCov2, além de muitos outros disponíveis nos bancos de artigos ainda não revistos. Estamos a falar de cerca de 700 autores espalhados por todo o mundo.
É ciência em comum, compartilhada e aberta. Com a Sars, demoramos mais de um ano para obter menos de metade dos artigos.
Já existem mais de oito projetos contra o novo coronavírus. Existem grupos que trabalham em projetos de vacinas contra outros vírus semelhantes e que tentam adaptar as pesquisas. O que pode demorar mais é a necessidade de garantir a eficácia das vacinas, obrigando aos testes necessários de validação que poderá demorar ainda alguns meses ou anos.
As vacinas são preventivas e sem duvida importantes. Mas os possíveis tratamentos de pessoas que já estão doentes são ainda mais fundamentais. Para isso, já existem mais de 80 ensaios clínicos para analisar possíveis tratamentos contra coronavírus.
São antivirais que foram usados para outras infecções, já aprovados e que são seguros.
Apesar de darmos aqui conta de algumas boas noticias acerca do Coronavirus, a atenção e os cuidados não podem nem devem ser minimizados. O tempo de existência e portanto o seu conhecimento, ainda é muito recente e a sua extensão é realmente grande.
O artigo refere ainda a título de conclusão que a pandemia de gripe de 1918 causou mais de 25 milhões de mortes em menos de 25 semanas.
Algo semelhante poderia acontecer novamente hoje? Como vemos, provavelmente não. Nunca estivemos tão preparados para combater uma pandemia.
Artigo adaptado da BBC e escrito por Ignacio López-Goñi professor de microbiologia na Universidade de Navarra, Espanha, e cujo artigo original apareceu em The Conversation