Conheça os indicadores e os desafios do envelhecimento em Portugal

Os Censos 2021 revelam que o fenómeno de envelhecimento da população, em Portugal, agravou-se com o aumento expressivo da população idosa e a diminuição da população jovem. Portugal tem pouco mais do que 10 milhões de habitantes, sendo que destes quase 2.5 milhões têm 65 anos ou mais. Ou seja, os seniores representam cerca de 23% da população.

Em 10 anos, o número de pessoas com 65 anos ou mais aumentou de 2.010.064 para 2.424.122. Sendo que a população mais jovem, no grupo etário dos 0 aos 14 anos, reduziu de 1.572.329 (em 2011) para 1.331.396 (em 2021).

O envelhecimento é, por princípio, uma evolução positiva quer para as pessoas, quer para as sociedades, testemunho dos progressos e conquistas realizados pela humanidade em termos económicos, sociais e científicos. No entanto, não podem ser ignorados os desafios que o desequilíbrio crescente entre o número de jovens e de idosos, bem como entre ativos e não ativos acarreta para a sociedade como um todo.

Portugal, um país cada vez mais envelhecido. Quais os desafios para o futuro?

Saúde

Os sistemas de saúde, público e privado, precisam de adaptar-se às necessidades do futuro, alguma das quais já se fazem sentir. Haverá uma procura por cuidados de saúde cada vez maior, por pessoas com necessidades mais complexas e associadas ao processo de envelhecimento.

O Sistema Nacional de Saúde (SNS) é um bem inestimável que deve ser protegido e se possivelmente complementado com o sistema privado de saúde, seja através de seguros ou de outros mecanismos.

Mais profissionais, mas também mais e melhor tecnologia serão essenciais. As teleconsultas e os assistentes virtuais poderão ser contributos de grande valor para respostas mais imediatas e em situações de menor complexidade.

Economia e finanças

O envelhecimento da população coloca uma pressão crescente na sustentabilidade financeira do sistema público de pensões. A manterem-se as tendências atuais haverá cada vez menos trabalhadores ativos a contribuir para a Segurança Social e mais pessoas reformadas.

Da parte dos Governos, ano após ano, há correções e atualizações da idade de entrada na reforma. Este prolongamento da vida ativa permite atenuar a diminuição da população ativa. Neste aspeto cada um de nós deve ser um agente ativo e cuidar das suas finanças pessoais. Mantermo-nos informados, estudar e desenvolver a nossa literacia financeira, criar hábitos de poupança a acautelar a nossa segurança para uma fase da vida que é mais vulnerável é essencial. Sobre este tema não deixe de ler o artigo “As minhas finanças pessoais estão prontas para a reforma?”.

Trabalho

Com a idade da reforma cada vez mais estendida no tempo e o consequente prolongamento da vida ativa, é preciso promover ambientes de trabalho salutares à intergeracionalidade, em que a energia dos mais jovens se une à experiência dos seniores. Ainda do lado das empresas é preciso eliminar barreiras à contratação dos idosos.

Sobre este tema não deixe de ler o artigo “Mercado de trabalho: Diversidade, Equidade e Inclusão”.

Sociedade

O “idadismo”, ou seja, a discriminação de pessoas em função da idade, é um problema transversal e que parece ter-se acentuado com a pandemia. O Governo e as Associações devem reforçar as campanhas públicas de sensibilização contra a discriminação em relação à idade e acautelar a boa observância da legislação que defende os direitos dos seniores. Este é um tema premente da atualidade e sobre o qual pode saber mais no artigo “Stop Idadismo!”.

Cidades

As cidades devem ser pensadas como locais onde vivem pessoas de todas as idades. Onde todos temos direito a ir à rua em segurança. É, por isso, essencial que se contruam cidades a pensar na sua futura população e que por isso incluam estratégias para o envelhecimento que contemplem todos os setores: habitação, espaços públicos, lazer, serviços, apoio social e transportes.

Continue a leitura para saber mais!

Sobre o tema da habitação não deixe de ler “Adaptação da casa ao longo da vida” e sobre espaços públicos o artigo “A minha rua é… um espaço público amigável e sem obstáculos”

Fontes:

Pordata 

INE

Fronteiras XXI 

CENSOS 2021