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Um grande exemplo, também de longevidade

15/09/2022 | Willians Fiori

Na sua despedida, fica o grande exemplo de vida e de longevidade. Fonte: DR Na sua despedida, fica o grande exemplo de vida e de longevidade. Fonte: DR

No poder há 70 anos, a rainha apresentava já problemas de saúde. Em outubro do ano passado, passou a noite no hospital e precisou ficar em repouso. Elizabeth também foi diagnosticada com covid-19 em fevereiro, quando já estava vacinada. Meses depois, ela revelou que ficou "muito cansada e exausta" após contrair o vírus.

A longevidade de Elizabeth sempre chamou atenção, assim como a do príncipe Philip, que morreu em abril de 2021. Não é segredo que a rainha levava uma vida saudável, com uma alimentação equilibrada, além da prática constante de atividade física.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o envelhecimento saudável é o processo de promoção e manutenção da capacidade funcional, que possibilita o bem-estar na velhice. A capacidade funcional consiste em ter os atributos que permitam que todas as pessoas sejam e façam o que é importante para elas, como mobilidade, memória, linguagem, entre outros. 

Como os bons exemplos são para partilhar, aqui temos os 7 hábitos saudáveis adotados pela rainha:

1. Tinha uma alimentação equilibrada

De acordo com o site inglês Independent, Elizabeth fazia quatro refeições por dia — comendo pequenas porções em cada uma delas. Segundo o ex-chefe da rainha, Darren McGrady, a monarca participava do café da manhã, almoço, chá da tarde e jantar.

No almoço, por exemplo, preferia peixe grelhado, espinafre e abobrinha, além frango grelhado com salada —sempre com uma opção com baixo teor de carboidratos.

E, bom, não é segredo que uma dieta equilibrada é fundamental para uma vida mais saudável, além de outras medidas importantes.

"Os que atingem 100 anos de maneira lúcida e saudável têm em comum a alimentação equilibrada, sem exageros; a presença da atividade física no dia a dia, durante a vida toda, como fazer jardinagem, arrumar a casa, caminhar, mantendo o corpo saudável; e a boa saúde mental, a resiliência e a vontade de viver", explica Simone Fiebrantz Pinto, nutricionista e presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia).

2. A rainha era fã de chocolate

Segundo Darren McGrady, "Qualquer coisa que colocássemos no menu que tivesse chocolate, ela escolheria, especialmente torta de chocolate [uma torta em camadas com chocolate branco e amargo e raspas de chocolate], disse o ex-chefe à Hello! em 2016.

Mas McGrady reforça que o favorito da rainha era o chocolate amargo, que, realmente, faz bem para a saúde, desde que seja consumido com moderação —no máximo 30 gramas ao dia. A rainha preferia o chocolate com 60% de cacau ou mais, segundo reportagem do Insider. E quanto mais cacau, melhor. Portanto o 70% cacau é bom, 90% é melhor e 100% é o ideal, mas nem sempre é fácil consumir chocolates com percentuais tão altos.

"Muitos trabalhos científicos provam que o chocolate amargo é bom para hipertensos, pois reduz a pressão arterial", diz a nutricionista Regina H. M. Pereira, diretora do departamento de nutrição da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo). O trunfo, explica, é do cacau: "Ele tem propriedades antioxidantes que melhoram a função vascular, ou seja, os vasos conseguem dilatar com mais facilidade."

3. Fazia exercício fisico regular

A rainha Elizabeth também tinha o hábito de fazer caminhadas regulares pelos terrenos do Castelo de Windsor ou do Palácio de Buckingham, sozinha ou acompanhada. Gostava também de andar a cavalo, uma atividade que pode queimar até 400 calorias por hora, segundo o site Woman & Home.

Não é surpresa que a prática de atividade física também é fundamental, assim como alimentação, para uma vida longa e saudável.

"Não existe envelhecimento saudável sem exercício físico. A prática regular faz com que os marcadores inflamatórios diminuam bastante", explica o geriatra Paulo de Oliveira Duarte, responsável pelo Ambulatório de Super-idosos (Longevos) do Hospital das Clínicas da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo).

4. Tinha um sono de qualidade

A rainha também tinha uma rotina rigorosa de sono. Normalmente retirava-se para dormir por volta das 23 horas para garantir 8 horas e meia de descanso —uma necessidade absoluta para ela— e acordava todas as manhãs sentindo-se revigorada e pronta para enfrentar o dia.

Os benefícios de um sono de qualidade são inúmeros: ajuda a evitar complicações na saúde em geral, nas atividades laborais e escolares, psicológicas e cognitivas, na vida pessoal e social e reduz o risco de acidentes. Entre outros benefícios, regula o apetite, o peso, os níveis glicêmicos, a pressão arterial, a produção de anticorpos e a libido.

5. Adorava animais nomeadamente cães de raça

A rainha teve mais de 30 cães da raça corgi durante seu reinado. A primeira cadela da raça que teve foi a Susan, que lhe foi dada pelos seus 18 anos, em 1944. A monarca também teve labradores e cocker spaniels.

Os animais ajudam na busca pelo bem-estar emocional e físico, o que trazem muitos benefícios. Além de ajudar na ansiedade e estresse, o contato com os animais pode reduzir a pressão arterial, além de aumentar a estimulação da mente, sobretudo para idosos com doenças neurodegenerativas. O simples contato pode estimular o trabalho da mente, além de trazer sensações boas.

6. Não ficava sem o chá da tarde

Segundo McGrady, a rainha sempre tomava seu chá da tarde, "onde quer que estivesse no mundo". Aliás, ela geralmente evitava o uso de açúcar na bebida.

Ainda que chás e infusões tenham alguns malefícios em algumas situações, o seu benefício pode ser bastante maior. Para Luna Azevedo, nutricionista especializada em alimentação consciente, a bebida, quando consumida da maneira correta, pode trazer diversas vantagens.

Os chás auxiliam no bem-estar, no tratamento e na prevenção de doenças. Além disso, podem apresentar inúmeras propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas, antialérgicas, imunoestimulantes. No entanto, vale lembrar que os benefícios são consequências do tipo da erva utilizada.

7. Não tinha oscilação no peso

A rainha também nunca apresentou oscilação de peso. De acordo com os médicos, o sobe e desce dos dígitos da balança, pode fazer mal à saúde.

O flutuar entre um estado de fartura e um estado de privação desequilibra a concentração de hormônios importantes para o controle neural do comportamento alimentar, como a insulina e a leptina. Com isso, o metabolismo fica mais lento e o apetite fica maior. Além disso, toda vez que a pessoa emagrece, perde um pouco de gordura e um pouco de massa magra.

Quando recupera o peso, se é uma pessoa sedentária, tende a ganhar mais massa gorda do que magra (músculos).

Portanto, nas idas e vindas, a composição corporal piora ao longo do tempo, acumulando massa gorda e perdendo massa magra (importante para a saúde e longevidade).